quinta-feira, 10 de novembro de 2011

NOVO ENDEREÇO

QNP 12 CJ a lt. loja - Sala 01 - Ceilândia - Setor P Sul.( Avenida P 2).

Fone : 3376 22 94 / 86 32 94 99  - indepdf@gmail.com

Três ambientes para melhor atendê-lo!!!


sábado, 16 de julho de 2011

Termos e significados usados na psicopedagogia

O conhecimento de alguns termos é de fundamental importância para profissionais da área de educação e saúde mental. Pensando nisso selecionamos abaixo alguns termos para que possam servir de consulta. Não é nossa intenção explanar sobre cada um deles, mas apresentar apenas um breve significado. Cabe ao profissional buscar outras fontes para se aprofundar sobre causas, sintomas e tratamentos.
·Aprendizagem - É o resultado da estimulação do ambiente sobre o indivíduo já maturo, que se expressa diante de uma situação-problema, sob a forma de uma mudança de comportamento em função da experiência.
·Agnosia - Etimologicamente, a falta de conhecimento. Impossibilidade de obter informações através dos canais de recepção dos sentidos embora o órgão do sentido não esteja afetado. 
o    Agnosia visual
Compreende a incapacidade de reconhecimento visual de objetos na ausência de disfunções ópticas. Os métodos de neuroimagem permitem a identificação de lesões têmporo-occipitais bilaterais, geralmente de origem isquêmica, determinantes dessa condição. Outros dois tipos particulares de agnosia visual podem ser diferenciados:
§  alexia: refere-se à perda da capacidade de reconhecimento de palavras escritas. Através dos métodos de neuroimagem pode-se detectar lesões no território de irrigação da artéria cerebral posterior esquerda, com comprometimento parcial do corpo caloso;
§  prosopagnosia: refere-se à incapacidade de reconhecimento de faces, e seu substrato anatômico reside em lesões occipitais inferiores bilaterais.
§  Agnosia auditiva
Incapacidade de reconhecimento e distinção de sons na ausência de quaisquer déficits auditivos. A neuroimagem revela lesões na região temporal (córtex auditivo secundário. área 22 e parte da área 21 de Brodmann) no hemisfério cerebral direito.
·Afasia - Perda da capacidade de usar ou compreender a linguagem oral. Está usualmente associada com o traumatismo ou anormalidade do sistema nervoso central. Utilizam-se várias classificações tais como afasia expressiva e receptiva, congênita e adquirida.
 
§  Afasia de Broca (afasia de expressão, motora ou não fluente)
Caracteriza-se pelo comprometimento de estruturas localizadas nas porções mais anteriores como a porção posterior do giro frontal inferior ou área de Broca. Clinicamente observa-se reduzida produção com frases curtas, agramáticas e amelódicas. A compreensão da linguagem verbal geralmente encontra-se preservada e a capacidade de repetição, comprometida. Os métodos de imagem (TC e RM) revelam lesões ou assimetrias na região frontal posterior e porção anterior da região têmporo-parietal de predomínio à esquerda. Em casos de lesões vasculares, o território comprometido pertence ao ramo superior (rolândico) da artéria cerebral média esquerda.
 
§  Afasia de Wernicke (afasia de compreensão, sensorial ou fluente)
As estruturas comprometidas localizam-se nas porções mais posteriores como a porção posterior do giro temporal superior ou ária de Wernicke e o córtex auditivo primário, no giro de Heschl. A compreensão da linguagem verbal e a repetição encontram-se intensamente comprometidas, com fluência verbal preservada e conteúdo anormal com tendência a substituições (parafasias). Os métodos de imagem revelam lesões têmporo-parietais no hemisfério esquerdo, no território de irrigação do ramo inferior da artéria cerebral média ipsolateral.
 
§  Afasia global (afasia mista)
Distúrbio significativo dos processos de compreensão e expressão da linguagem. Geralmente associado a hemiparesia direita determinado por extensas lesões nas áreas da linguagem, acometendo o território de irrigação da artéria cerebral média esquerda.
 
§  Afasia Progressiva Primária
Essa denominação define uma síndrome degenerativa que cursa com perda gradual da capacidade de linguagem na ausência de demência generalizada. TC e RM revelam assimetria cortical que se traduz por atrofia localizada com alargamento dos sulcos fronto-temporais e da fissura peri-silviana a esquerda com dilatação do corno temporal correspondente, de caráter progressivo em exames sucessivos. Os métodos de Neuroimagem funcional como SPECT e PET apresentam maior sensibilidade, revelando hipoperfusão e hipometabolismo nas áreas afetadas, mesmo na ausência de alterações anatomicamente detectáveis pela TC ou RM.
 
·Agrafia - Impossibilidade de escrever e reproduzir os seus pensamentos por escrito.
·Anamnese - Levantamento dos antecedentes de uma doença ou de um paciente, incluindo seu passado desde o parto, nascimento, primeira infância, bem como seus antecedentes hereditários.
·Anomia - Impossibilidade de designar ou lembrar-se de palavras ou nome dos objetos.
·Anorexia - Perda ou diminuição do apetite.
·Anoxia - Diminuição da quantidade de oxigênio existente no sangue.
·Apnéia - Paragem voluntária dos movimentos respiratórios: retenção da respiração.
·Apraxia - Impossibilidade de resposta motora na realização de movimento com uma finalidade. A pessoa não realiza os movimentos apesar de conhecê-lo e não ter qualquer paralisia. São caracteristicamente determinadas por lesões parietais. Alguns tipos particulares de apraxia incluem:
 
§  Apraxia ideomotora
É a inabilidade de realizar atos motores sob comando verbal, embora esses atos sejam facilmente realizados de modo espontâneo. Lesões do fascículo arqueado e da porção anterior do corpo caloso podem ser responsáveis por esse tipo de distúrbio.
§  Apraxia ideatória
É a incapacidade de realizar certos movimentos seqüênciais na realização de um ato (como o exemplo clássico de tirar um cigarro do maço e acendê-lo). \Embora cada movimento separado seja executado facilmente. A localização precisa das estruturas afetadas nessa disfunção neuropsicológica ainda é incerta.
§  Apraxia construtiva
É a incapacidade de reproduzir ou copiar um modelo visual apresentado, na ausência de distúrbios visuais, perceptivos ou motores. Lesões parietais localizadas à direita, costumam determinar quadros mais intensos, geralmente associados a negligência dos elementos contralaterais.
·Astereognosia - Incapacidade de reconhecimento de objetos pelo tato, na ausência de disfunção sensitiva. Geralmente determinada por lesões envolvendo o giro pós-central contralateral.
·Ataxia - Dificuldade de equilíbrio e de coordenação dos movimentos voluntários.
·Autismo - Distúrbio emocional da criança caracterizada por incomunicabilidade. A criança fecha-se sobre si mesma e desliga-se do real impedindo de relacionar-se normalmente com as pessoas. Num diagnóstico incorreto pode ser confundido com retardo mental, surdo-mudez, afasia e outras síndromes.
·Bulimia - Fome exagerada de causa psicológica.
·Catarse - Efeito provocado pela conscientização de uma lembrança fortemente emocional ou traumatizante até então reprimida.
·Catatonia - Síndrome complexa em que o indivíduo se mantém numa dada posição ou continua sempre o mesmo gesto sem parar. Persistência de atitudes corporais sem sinais de fadiga.
·Cinestesia - Impressão geral resultante de um conjunto de sensações internas caracterizado essencialmente por bem-estar ou mal-estar.
·Complemento (Closure) - Capacidade de reconhecer o aspecto global, especialmente quando uma ou mais partes do todo está ausente ou quando a continuidade é interrompida por intervalos.
·Consciência fonológica - Denomina-se consciência fonológica a habilidade metalinguística de tomada de consciência das características formais da linguagem. Esta habilidade compreende dois níveis:
1. A consciência de que a língua falada pode ser segmentada em unidades distintas, ou seja, a frase pode ser segmentada em palavras; as palavras, em sílabas e as sílabas, em fonemas.
2. A consciência de que essas mesmas unidades repetem-se em diferentes palavras faladas (rima, por exemplo).
·Coordenação viso-motora - É a integração entre os movimentos do corpo (globais e específicos) e a visão.
·Desorientação vísuo-espacial - Consiste na perda da habilidade de execução de tarefas visualmente guiadas, na perda da capacidade de interpretação de mapas e de localização na vizinhança ou mesmo dentro de casa. Os aspectos de neuroimagem podem revelar áreas isquêmicas ou de hipoperfusão nas regiões têmporo-occipitais de predomínio à direita.
·Disartria - Dificuldade na articulação de palavras devido a disfunções cerebrais.
·Discalculia - Dificuldade para a realização de operações matemáticas usualmente ligadas a uma disfunção neurológica, lesão cerebral, deficiência de estruturação espaço-temporal.
·Disgrafia - Escrita manual extremamente pobre ou dificuldade de realização dos movimentos motores necessários à escrita. Esta disfunção está muitas vezes ligada a disfunções neurológicas.
·Dislalia - É a omissão, substituição, distorção ou acréscimo de sons na palavra falada.
·Dislexia - Dificuldade na aprendizagem da leitura, devido a uma imaturidade nos processos auditivos, visuais e tatilcinestésicos responsáveis pela apropriação da linguagem escrita.
·Disortografia - Dificuldade na expressão da linguagem escrita, revelada por fraseologia incorretamente construída, normalmente associada a atrasos na compreensão e na expressão da linguagem escrita.
·Disgnosia - Perturbação cerebral comportando uma má percepção visual.
·Dismetria - Realização de movimentos de forma inadequada e pouco econômica.
·Dispnéia - Dificuldade de respirar.
·DSM IV - É a classificação dos Transtornos mentais da Associação Americana de Psiquiatria. Descreve as características dos transtornos apresentando critérios diagnósticos. Ver o DSM IV no site psiqueweb: http://gballone.sites.uol.com.br/
·Ecolalia - Imitação de palavras ou frases ditas por outra pessoa, sem a compreensão do significado da palavra.
·Ecopraxia - Repetição de gestos e praxias.
·Enurese - Emissão involuntária de urina.
·Esfíncter - Músculo que rodeia um orifício natural. Em psicanálise, na fase anal está ligado ao controle dos esfíncteres.
·Espaço-temporal - orientar-se no espaço é ver-se e ver as coisas no espaço em relação a si próprio, é dirigir-se, é avaliar os movimentos e adaptá-los no espaço. É a consciência da relação do corpo com o meio.
·Etiologia - Estudo das causas ou origens de uma condição ou doença.
·Figura fundo - Capacidade de focar visivelmente ou aditivamente um estímulo, isolando-o perceptivamente do envolvimento que o integra. Ex. identificar alguém numa fotografia do grupo ou identificar o som de um instrumento musical numa melodia.
·Gagueira ou tartamudez - distúrbio do fluxo e do ritmo normal da fala que envolve bloqueios, hesitações, prolongamentos e repetições de sons, sílabas, palavras ou frases. É acompanhada rapidamente por tensão muscular, rápido piscar de olhos, irregularidades respiratórias e caretas. Atinge mais homens que mulheres.
·Gnosia - Conhecimento, noção e função de um objeto. Segundo Pieron toda a percepção é uma gnosia.
·Grafema - Símbolo da linguagem escrita que representa um código oral da linguagem.
·Hipercinesia - Movimento e atividade motora constante e excessiva. Também designada por hiperatividade.
·Hipocinesia - Ausência de uma quantidade normal de movimentos. Quietude extrema.
·Impulsividade - Comportamento caracterizado pela ação de acordo com o impulso, sem medir as conseqüências da ação. Atuação sem equacionar os dados da situação.
·Lateralidade - Bem estabelecida - implica conhecimento dos dois lados do corpo e a capacidade de os identificar como direita e esquerda.
·Linguagem interior - O processo de interiorizar e organizar as experiências sem ser necessário o uso de símbolos lingüísticos. Ex.: o processo que caracteriza o analfabeto que fala, mas não lê nem escreve.
·Linguagem tatibitate - É um distúrbio (e também de fonação) em que se conserva voluntariamente a linguagem infantil. Geralmente tem causa emocional e pode resultar em problemas psicológicos para a criança.
·Maturação - É o desenvolvimento das estruturas corporais, neurológicas e orgânicas. Abrange padrões de comportamento resultantes da atuação de algum mecanismo interno.
·Memória - Capacidade de reter ou armazenar experiências anteriores. Também designada como "imagem" ou "lembrança".
·Memória cinestésica - É a capacidade da criança reter os movimentos motores necessários à realização gráfica. À medida que a criança entra em contato com o universo simbólico (leitura e escrita) vão ficando retidos em sua memória os diferentes movimentos necessários para o traçado gráfico das letras.
·Morfema - É a menor unidade gramatical. Na palavra infelicidade encontramos três elementos menores cada um chamado de morfema: in (prefixo), felic (radical), idade (sufixo). Os morfemas são utilizados para construir outras palavras: o prefixo in é utilizado em outras palavras como invariável, invejável, inviável, por exemplo.
·Mudez - É a incapacidade de articular palavras, geralmente decorrente de transtornos do sistema nervoso central, atingindo a formulação e a coordenação das idéias e impedindo a sua transmissão em forma de comunicação verbal. Em boa parte dos casos o mutismo decorre de problemas na audição. Os fatores emocionais e psicológicos também estão presentes em algumas formas de mudez. Na mudez eletiva a criança fica muda com determinadas pessoas ou em determinadas situações e em outras não.
·Paratonia - É a persistência de uma certa rigidez muscular, que pode aparecer nas quatro extremidades do corpo ou somente em duas. Quando a criamnça caminha ou corre, os braços e as pernas se movimentam mal e rigidamente.
·Percepção - processo de organização e interpretação dos dados que são obtidos através dos sentido.
a) Percepção da posição - do tamanho e do movimento de um objeto em relação ao observador.
b) Percepção das relações espaciais - das posições a dois ou mais objetos.
c) Consistência perceptiva - capacidade de precisão perceptiva das propriedade invariantes dos objetos como, por exemplo: forma, posição, tamanho etc.
d) Desordem perceptiva - Distúrbio na conscientização dos objetos, suas relações ou qualidade envolvendo a interpretação da estimulação sensorial.
e) Deficiência perceptiva - Distúrbio na aprendizagem, devido a um distúrbio na percepção dos estímulos sensoriais.
f) Perceptivo-motor - Interação dos vários canais da percepção como da atividade motora. Os canais perceptivos incluem: o visual, o auditivo, o olfativo e o cinestésico.
g) Percepção visual - Identificação, organização e interpretação dos dados sensoriais captados pela visão.
h) Percepção social - Capacidade de interpretação de estímulos do envolvimento social e de relacionar tais interpretações com a situação social.
·Preservação - Tendência de continuar uma atividade ininterruptamente; manifesta-se pela incapacidade de modificar, de parar ou de inibir uma dada atividade, mesmo depois do estímulo causador ter sido suprimido.
·Problemas de aprendizagem - São situações difíceis enfrentadas pela criança com um desvio do quadro normal mas com expectativa de aprendizagem a longo prazo (alunos multirrepetentes).
·Praxia - Movimento intencional, organizado, tendo em vista a obtenção de um fim ou de um resultado determinado.
·Rinolalia - Caracteriza-se por uma ressonância nasal maior ou menor que a do padrão correto da fala. Pode ser causada por problemas nas vias nasais, vegetação adenóide, lábio leporino ou fissura palatina.
·Ritmo - Habilidade importante, pois dá à criança a noção de duração e sucessão, no que diz respeito à percepção dos sons no tempo. A falta de habilidade rítmica pode causar uma leitura lenta, silabada, com pontuação e entonação inadequadas.
·Sincinesia - É a participação de músculos em movimentos aos quais eles não são necessários. Ex.: coloca-se um objeto numa mão da criança e pede-se que ela aperte, a outra mão também se fechará ao mesmo tempo. Ficar sobre um só pé, para ela é impossível. Há descontinuidade nos gestos, imprecisão de movimentos nos braços e pernas, os movimentos finos dos dedos não são realizados e, num dado ritmo, não podem ser reproduzidos através de atos coordenados, nem por imitação.
·Sintaxe - Parte da gramática que estuda a disposição das palavras na frase e a das frases no discurso , bem como a relação lógica das frases entre si e a correta construção gramatical ; construção gramatical (Dicionário Aurélio)
·Sinergia - Atuação coordenada ou harmoniosa de sistemas ou de estruturas neurológicas de comportamento.
·Somestésico - Relativo à sensibilidade do corpo.
Bibliografia:

FONSECA, Vitor - Escola. Quem és tu? Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.
ASSUNÇÃO, Elisabete da. COELHO, Maria Teresa. Problemas de aprendizagem. São Paulo, SP: Editora Ática, 2002.

domingo, 19 de junho de 2011

Curso de psicopedagogia clínica: avaliação, diagnóstico e intervenção


                                                                                
CONTEÚDOS :
SUGESTÕES DE FICHAS PARA :
·         Contrato de prestação de serviços;
·         Roteiro para diagnóstico;
·         Freqüência;
·         Controle financeiro;
·         Anamnese;
·         Verificação de TDAH, DISLEXIA, DPAC;
·         Encaminhamentos aos especialistas;
·         Devolutiva à família e escola;
ESTUDOS ;
·         Dificuldades de aprendizagem;
·         Principais distúrbios de aprendizagem .
MATERIAL PARA AVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO:
·         EOCA – Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem;
·         CONFIAS – Consciência Fonológica;
·         TDE – Teste de Desempenho Escolar;
·         BTN – Bateria de Testes Neuropsicológicos;
·         PROVAS OPERATÓRIAS; provas piagetianas ;
·         TÉCNICAS PROJETIVAS; 
·         CAIXA DE AREIA.
INTERVENÇÃO :
·         Jogos ;
·         Contos ;
·         Mediação ;
·         Sugestões de métodos inovadores (PEI – PNL ).
OBS.: A maioria das atividades serão seguidas de prática na própria sala.
Haverá um encontro extra , que acontecerá em  uma escola no dia de sábado onde os psicopedagogos desejarem , poderão  colocar em prática o que aprenderam.
INVESTIMENTO :  R$ 350,00  (50,00  no ato da inscrição + duas de 150,00 nos meses do curso).
Inclui um CD com a apostila.
Pré-agendamento pelo e-mail : indepdf@gmail.com (informe o nome completo e o telefone).
Obs.: Assim que o número mínimo de participantes preencherem as vagas, será enviado o nº da conta bancária para a inscrição.
Mais informações :  30 22 17 22 (de segunda a quinta-feira no horário comercial)
ou envie-nos um e-mail : indepdf@gmail.com


terça-feira, 12 de abril de 2011

Todas as tarefas que diariamente realizamos necessitam da atividade cerebral. Para ler e compreender esse texto, anotar um recado para um colega, reconhecer alguém e lembrar seu nome, calcular o orçamento doméstico, conversar com uma pessoa, saber que amarelo é uma cor e que carro é um meio de transporte, lembrar o caminho de casa, são apenas alguns de uma infinidade de funções que nosso cérebro faz no dia a dia. As principais funções cognitivas são: percepção, atenção, memória, linguagem e funções executivas. É a partir da relação entre todas estas funções que entendemos a grande maioria dos comportamentos, desde o mais simples até as situações de maior complexidade, e que exigem atividades cerebrais mais elaboradas.
ATENÇÃO - A atenção é uma função cognitiva bem complexa e diversos comportamentos resultam de um nível adequado de atenção para serem bem sucedidos, por exemplo: assistir um filme e compreendê-lo; manter o foco de conversação em um ambiente ruidoso. A atenção também é um pré-requisito fundamental para o processo de memorização. O conceito de atenção é definido pela seleção e manutenção de um foco, seja de um estímulo ou informação, entre as inúmeras que obtemos através de nossos sentidos, memórias armazenadas e outros processos cognitivos. Em outras palavras, dirigimos nossa atenção para o estímulo que julgamos ser importante num exato momento. Os outros estímulos que não os principais, passam a fazer parte do “fundo” não sendo mais os focos na atenção.
MEMÓRIA - A memória é uma das funções cognitivas mais utilizadas pelo ser humano em seu cotidiano. Memória é a capacidade de armazenar informações, lembrar delas e utilizá-las no presente. O bom funcionamento da memória depende inicialmente de do nível de atenção. Para que o bom armazenamento aconteça outras atividades cognitivas como a capacidade de percepção e associação é importante para que as informações possam ser armazenadas com sucesso. A memória pode ser classificada de forma simples, de acordo com a duração e os tipos de informação envolvidos:
memória de curto prazo: também conhecida como memória de trabalho, armazena (numa quantidade limitada) informações por alguns minutos. A memória de trabalho possibilita, por exemplo, uma pessoa discar um número de telefone que alguém acabou de lhe dizer ou repetir algumas frases de um texto lido naquele exato momento.
memória de longo prazo: ao contrário da anterior, a memória de longo prazo tem uma capacidade maior para o armazenamento de informações, que permanecem com o indivíduo durante longos períodos, podendo até ficar guardadas indefinidamente. Por exemplo, as lembranças de fatos ocorridos na infância, o aprendizado de conteúdos escolares, a fisionomia ou o nome de alguém que não se vê há tempos e etc.
LINGUAGEM - A linguagem é uma função que usamos todos os dias, durante a maior parte do tempo, seja através da linguagem oral (numa conversa) ou da escrita (ao ler ou escrever um texto). O conceito de linguagem é definido pelo uso de um meio organizado de combinar as palavras a fim de se comunicar, embora a comunicação não se constitua unicamente num processo verbal. As formas não-verbais, como gestos ou desenhos também são capazes de transmitir idéias e sentimentos. Tanto a fala quanto a escrita são processos em que o indivíduo seleciona as palavras que conhece e as organiza num determinado contexto, dentro das regras gramaticais de seu idioma. A linguagem é um processo que ocorre apenas se existir uma seqüência coerente de símbolos (sons ou palavras). Assim, para uma comunicação ser satisfatória, o indivíduo precisa compreender uma determinada informação para entender a seguinte, e daí por diante até o fim de um texto ou uma conversa.
PERCEPÇÃO - A percepção é uma função cognitiva que se constitui de processos pelos quais o sujeito é capaz de reconhecer, organizar e dar significado a um estímulo vindo do ambiente através dos órgãos sensoriais. Por exemplo, se um indivíduo tem seus olhos vendados e lhe são oferecidos alguns objetos para tatear, ele é capaz de reconhecer - através de informações armazenadas - a textura (áspero ou macio, duro ou mole), a forma (quadrado, redondo, grande, etc.) e depois nomear o objeto. O mesmo processo ocorre com os outros sentidos como o olfato (reconhecer que é “cheiro de fumaça"), a gustação (identificar se algo é doce ou salgado), a audição (saber que um som é do canto de pássaros), ou a visão (identificar um obstáculo ao dirigir um veículo e desviá-lo). As agnosias são os déficits na capacidade de percepção dos estímulos sensoriais, especialmente os relacionados à visão. Embora o sujeito não seja portador de qualquer tipo de deficiência sensorial, ele não é capaz de reconhecer e identificar o estímulo que lhe é oferecido, normalmente em conseqüência a lesões cerebrais adquiridas.
FUNÇÕES EXECUTIVAS
As funções executivas compreendem um conceito neuropsicológico que se aplica às atividades cognitivas responsáveis pelo planejamento e execução de tarefas. Elas incluem o raciocínio, a lógica, a estratégias, a tomada de decisões e a resolução de problemas. Todos esses processos cognitivos são produzidos diariamente, pois uma série de problemas - dos mais simples aos de maior complexidade - ocorrem na vida do ser humano. Assim, independente do grau de complexidade do problema, o sujeito precisa estar apto para analisar a situação (problema), lançar mão de estratégias, e antever as conseqüências de sua decisão. O cotidiano oferece diferentes desafios ou simplesmente situações imprevistas que exigem uma boa habilidade para um manejo adequado. Por exemplo, descobrir o melhor caminho para se chegar num determinado local, uma nova função no emprego, aumentar o orçamento doméstico, ou mesmo durante o desenvolvimento da criança, que a cada momento descobre uma nova possibilidade e vai em busca de uma nova habilidade.
As funções Cognitivas apresentam-se em três fases:
ENTRADA:
1- Percepção clara e precisa
2- Comportamento sistemático e planejado para a busca de dados.
3- Conceitos e instrumentos verbais receptivos.
4- Compreensão de conceitos espaciais.
5- Compreensão de conceitos de tempo.
6- Habilidades para conservar a constância de objetos e conceitos.
7- Precisão e exatidão em recolher dados.
8- Capacidade para considerar duas ou mais fontes de informação.

ELABORAÇÃO:
1- Capacidade de definir o problema.
2- Distinção de definir dados relevantes e irrelevantes.
3- Comportamento comparativo espontâneo.
4- Amplitude do campo mental.
5- Compreensão não episódica da realidade.
6- Comportamento somativo.
7- Estabelecimento das relações virtuais.
8- Uso do raciocínio lógico.
9- Interiorização.

10- Planejamento do comportamento.
11- Pensamento hipotético inferencial.
12- Estratégias para testar hipóteses.
13- Elaboração de categorias cognitivas.


SAÍDA:
1-Comunicação centralizada.
2-Projeção de relações virtuais.
3-Ausência de bloqueio na comunicação da resposta.
4-Respostas certas e justificadas.
5-Domínio do vocabulário para comunicar a resposta.
6-Precisão e exatidão para comunicar a resposta.
7-Transporte visual adequado.
8-Comportamento controlado para comunicar a resposta.

sábado, 19 de março de 2011

PÓS – GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL

INSTITUTO ÍMPAR

Início:  Abril / 2011
Local :  CAIC . Bernardo Sayão – Ceilândia
Dias : Todas as terças-feiras   de 19:00 às  22:00
Duração : 6 meses de aulas + 6 meses para a monografia (quem quiser pode entregar a monografia antes)

Valor:  13 x R$  150,00 para pagamentos até no dia 10 de cada mês.
Incrições : e-mail : indepdf@gmail.com     ou  84279752  (falar com o professor Lúcio)

ATENÇÃO : alunos que fizeram a neuropedagogia poderão estar fazendo a complementação em psicopedagogia clínica . Nesse caso farão apenas alguns módulos . Também  não precisarão fazer outra monografia, apenas um artigo.

Valor :  13 x 100,00     

quarta-feira, 16 de março de 2011

AGENDAMENTO

Em Ceilândia : QNP 12 CJ D Lt. 34A - INDEP - Instituto de Neuropsicopedagogia, Psicanálise e Desenvolvimento Pessoal

Fone : 61  86 32 94 99 

Em Brasilia :   Centro Empresarial Norte , sala 414 . Centro de Desenvolvimento da Inteligência e Biofeedback

Em Taguatinga : Asmebe : QNB 04 Lote 37/39 – fone : 3353 – 5004
OBS.: Os atendimentos em qualquer dessas  clínicas  ocorrerão mediante agendamento prévio .

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Primeira pós-graduação em Síndrome de Down no Brasil

                Segundo o portal ABC da Saúde,  síndrome de Down é a forma mais freqüente de retardo mental causada por uma aberração cromossômica microscopicamente demonstrável. É caracterizada por história natural e aspectos fenotípicos bem definidos. É causada pela ocorrência de três (trissomia) cromossomos 21, na sua totalidade ou de uma porção fundamental dele.
                Muitos educadores e especialistas ainda encontram dificuldades em lidar com crianças com essa síndrome . A grande novidade esse ano é a criação de uma pós-graduação totalmente voltada para preparar profissionais da área de saúde e educação .  “Estamos lançando a primeira pós-graduação do Brasil, em caráter interdisciplinar, em que a gente vai trabalhar a Síndrome de Down. A abordagem vai ser centrada na pessoa e não na síndrome”, explica a presidente do Instituto Ápice, Nadja Quadros, ao Bom dia DF do dia 11/02/2011. Veja reportagem na íntegra :

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

PEI - Programa de Enriquecimento Instrumental

O participante aprende a corrigir funções cognitivas deficientes e enriquecer o potencial de aprendizagem. Propõe uma ruptura dos modelos tradicionais de ensino, concentrando-se no desenvolvimento das habilidades de mediação do educador. Senac - SP.

"Trata-se de uma ótima ferramenta de auxílio ao psicopedagogo, uma vez que esse método já possui o material de aplicação. Os resultados na aprendizagem do educando são surpreendentes". Prof. / psicopedagogo Lucio de Faria.

SAIBA MAIS :


               PEI- Programa de Enriquecimento Instrumental


PEI é um programa de intervenção multidimensional que compreende uma fundamentação teórica, um repertório rico de instrumentos práticos e um conjunto de ferramentas analítico-didáticas, focalizando em cada um dos três componentes de uma interação: o aprendiz, o estímulo e o mediador,
O PEI é um programa pedagógico que promove experiências e vivências, através do qual  pretende-se alcançar o seguinte objetivo: "aumentar a capacidade do organismo humano para ser modificado através da exposição direta aos estímulos e à experiência proporcionada pelos contatos com a vida e com as exigências da aprendizagem formal". Com o objetivo de aumentar a eficiência do processo de aprendizagem                     .
 Objetivos do PEI
O objetivo central do PEI é a produção de modificações nas estruturas cognitivas dos indivíduos, expandindo o potencial de aprendizagem, aumentando a eficiência mental e melhorando a qualidade do desempenho intelectual.
Para ajudar a promover este objetivo central, seis sub-objetivos foram formulados
:

-Correção da funções cognitivas deficientes ;
O primeiro sub-objetivo do PEI é a correção das deficiências nos pré-requisitos cognitivos do pensamento operacional, ou seja, as funções cognitivas, que falharam no seu desenvolvimento, em grande parte como o resultado da falta de experiência de mediação ou por que o aprendiz foi incapaz de se beneficiar da mediação recebida.

Para dar apenas alguns exemplos de como atingir este objetivo, o mediador irá ajudar o aprendiz a desenvolver adequadas estratégias de pensamento, restringir a impulsividade, ser preciso e sistemático na coleta de dados, identificar e definir problemas, selecionar indícios relevantes, planejar a sua ação e evitar o ensaio e erro, formar e confirmar hipóteses, buscar evidência lógica e refletir antes de responder.

-Aquisição de vocabulário, rótulos diferenciados e conceitos
relevantes às tarefas do PEI assim como para a resolução
de problemas em geral.
O segundo sub-objetivo consiste em equipar o aprendiz com linguagem e ferramentas verbais necessárias para a análise do processo mental internalizado, facilitando, consequentemente, o controle e o insight de seu funcionamento cognitivo.

Além do domínio de conteúdo e linguagem da tarefa, o PEI visa equipar o aprendiz com um repertório lingüístico rico e diferenciado de conceitos espaço-temporais, definições acuradas, e rótulos verbais precisos que representam as diferentes relações, operações mentais e funções cognitivas que formam a base de qualquer habilidade de resolver problemas.

-Suscitação da motivação intrínsica através da formação de
hábitos
Despertar a motivação intrínseca no aprendiz é considerado como um pré-requisito indispensável para qualquer intervenção que visa o desenvolvimento das habilidades de pensamento e do processo cognitivo, com o objetivo de prevenir o estado de contínua dependência do indivíduo em fontes externas de motivação as quais nem sempre são oferecidas pelo ambiente.

Para alcançar isto, o PEI visa a formação e a consolidação do funcionamento cognitivo eficiente num conjunto de hábitos que tendem a emergir espontaneamente no comportamento do aprendiz, independentemente de qualquer necessidade externa.

-Criação do insight e pensamento reflexivo
O quarto sub-objetivo consiste no despertar de consciência do aprendiz na implícita relação entre diferentes modos de raciocínio e o conseqüente resultado do seu funcionamento cognitivo.

Ao invés da freqüente tendência de atribuir a condições externas ou mero acaso tanto o fracasso quanto o sucesso, o mediador usa o PEI para ajudar a desenvolver no aprendiz uma orientação com relação a si mesmo e ao seu próprio processo mental os quais devem ser considerados responsáveis pelo comportamento adequado e inadequado.

-Criação da motivação intrínsica pela tarefa
O quinto sub-objetivo está relacionado ao tipo de motivação que pode se originar da sensação de domínio de uma tarefa e do valor social que vem acompanhado ao sucesso desta realização.
O PEI, intencionalmente desassociado do domínio familiar de conteúdos específicos e das disciplinas curriculares, ajuda o mediador a criar no aprendiz a motivação para envolver-se com tarefas que são consideradas atrativas e desafiadoras pelo prazer do sentimento de satisfação produzido por esta realização.

-Mudança de um papel passivo e reprodutor para um papel
ativo e gerador de novas informações.
O sexto sub-objetivo do PEI se refere a necessidade de mudança da auto imagem do aluno, o qual frequentemente se percebe capaz apenas de registrar e reter informações, de fonte externa e de forma passiva, de maneira que ele possa conceber-se como pensador ativo, capaz de gerar novas informações com base numa adequada coleta e elaboração de dados.
Fundamentação do PEI
O PEI se fundamenta na Teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural e na Experiência de Aprendizagem Mediada de Reuven Feuerstein que nos oferece uma visão dinâmica das capacidades cognitivas do ser humano, esclarecendo como os processos de aprendizagem ocorrem e como é possível, através de uma mediação adequada, expandir o potencial para aprender, aumentando a eficiência do funcionamento intelectual dos indivíduos. Fundamentada nos conceitos da psicologia cognitiva, da neuropsicologia, do processamento de informação e das abordagens contextuais do desenvolvimento cognitivo, a
teoria visa à intervenção junto ao indivíduo, pela mediação, promovendo a modificabilidade cognitiva através do desenvolvimento dos processos cognitivos tais como atenção,percepção, linguagem, memória, praxias e funções executivas.
Segundo a teoria, o sujeito passa a participar de seu processo de reabilitação de forma ativa, ou seja, como processador e transformador da informação, propiciando a modificabilidade cognitiva.
O que vem a ser a EAM?
É uma interação na qual o mediador se situa entre o organismo do indivíduo mediatizado(aluno), e os estímulos(sinais ,objetos, imagens, problemas, eventos),de forma a selecioná-los, mudá-los, ampliá-los utilizando estratégias iterativas para produzir significado para além das necessidades imediatas da situação.
Feuerstein desenvolveu o termo Experiência de Aprendizagem Mediada - EAM -para denominar um procedimento muito detalhado e específico, que visa a desencadear no aprendiz a necessidade de perceber a intencionalidade da ação do mediador, estabelecendo relações com a situação vivida e construindo significados para ela.
Numa EAM há três envolvidos: o mediador, o aprendiz e o objeto de conhecimento. Paradoxalmente, o que é permanente nesta relação é a mudança, a flexibilidade. O mediador adapta o objeto de conhecimento de acordo com as necessidades. Ele mesmo também se adapta diante das necessidades do aprendiz. Este, por sua vez, deve se modificar também.
Nesta teoria, para que uma EAM seja considerada de qualidade, é preciso que ela leve em consideração três condições: Intencionalidade/reciprocidade, transcendência e significado. O mediador deve tornar clara sua intencionalidade para o mediado, verificando se a mesma foi bem compreendida pelo mesmo. Reciprocidade implica em o mediado manifestar que compreendeu a intencionalidade do mediador. Além disto, o mediador também deve considerar que a experiência deve transcender a ação vivida no presente e que a ação deve ter um significado, principalmente de ordem afetiva, para o aprendiz.



2- Como o PEI foi desenvolvido?
Psicólogo Reuven Feuerstein desenvolveu o Programa de Enriquecimento Instrumental em resposta a uma necessidade que observou nos anos quarenta enquanto trabalhando com uma agência judia para crianças órfãs ou separadas dos pais pelo Holocausto. Muitas destas crianças foram infectados com severas desordens emocionais e considerados de baixo nível intelectual. De fato, os testes de QI aplicados nessas crianças tiveram pontuações que as classificaram como mentalmente retardadas. Enquanto outros consideraram o estado cognitivo dessas crianças, desesperador, Feuerstein e os colegas teimaram em lhes dar uma segunda chance. As falhas de percepção que Feuerstein descobriu incluíam uma inabilidade para fazer comparações entre objetos e eventos diferentes, pobre orientação espacial , e uma falha em unir causa e efeito. A aprendizagem episódica fizera destas crianças passivas, vítimas impulsivas de uma realidade desordenada, em lugar de usuários efetivos de informação. A massa de diferentes estímulos que receberam do mundo não era organizada em qualquer fluxo de experiência que poderia ser recordada para avaliar situações novas ou resolver problemas novos.
 Feuerstein desenvolveu o Programa Enriquecimento Instrumental, que permite a um pai, professor, ou conselheiro mediar o pensamento de um indivíduo. O programa provê os conceitos, habilidades, estratégias, e operações necessárias para diagnosticar e corrigir deficiências habilidades de pensamento e ajudar indivíduos " a aprender a aprender ".
A que público se destina o PEI?
O PEI destina-se a todas as pessoas, independentemente da idade, nível de
escolaridade ou experiência profissional, que necessitem desenvolver seu potencial cognitivo.
Aplica-se, especialmente, à desmotivação para o estudo, problemas de memória, baixo rendimento escolar e dificuldades de aprendizagem, hiperatividade, dificuldades de atenção, síndrome de Down, dificuldades de raciocínio e abstração, desordens perceptivas, entre outros.O psicopedagogo deve estar sempre em busca de ferramentas que possam auxiliá-lo no trabalho com a aprendizagem. O PEI é um recurso psicopedagógico que permite ao profissional acompanhar e compreender o processo cognitivo do aprendiz. Os exercícios que são propostos são disparadores de reflexão e de tomada de consciência metacognitiva                             .
Pretende-se através do PEI desenvolver a "meta-aprendizagem", ou seja , a consciência  de como se aprende . Esta proposta se apóia numa filosofia educacional que tem como metas desencadear processos geradores de: autonomia, sentimento de competência, construção de sentido, capacidade de estabelecimento de analogias com o que está sendo vivenciado.  Os exercícios do PEI são sempre voltados  para se vivenciar uma experiência de aprendizagem significativa.
A proposta considera tanto aspectos cognitivos quanto relacionais/emocionais. O aprendiz é convidado a argumentar, sustentar, ou até mesmo reformular seu ponto de vista.
Deve refletir e tomar decisões, colocando-se numa posição ativa: sua palavra é ouvida e valorizada pelo outro. Estimula-se bastante o trabalho em pares quando em grupo, e com o mediador quando aplicado individualmente.
Às vezes o aprendiz tem uma resposta face a um desafio, mas teme estar no "caminho errado". Prefere então perguntar a alguém que julga saber mais do que ele; precisa a confirmação do outro para caminhar.
Outras vezes a resposta é incorreta pela sua impulsividade e/ou falta de reflexão.
Nos exemplos citados, tanto aspectos de natureza relacional quanto aspectos cognitivos explicam as possíveis dificuldades de aprendizagem. Sabe-se que a insegurança para responder a um desafio pode ter variadas origens, porém, a capacidade para elaborar o ato mental pode contribuir também para a construção da autonomia e segurança do aprendiz. 
 Abordagem, através do PEI, às dificuldades de aprendizagem
Inicialmente o mediador busca verificar se o aprendiz tem uma percepção clara do que se propõe a ele, procurando garantir este ponto de partida. O mediador deve reformular o modo de apresentar o desafio, com o objetivo de ser compreendido. O fracasso num processo pode estar associado à pouca clareza da natureza do desafio. O mediador irá desencadear no aprendiz a necessidade de elaborar boas perguntas, por exemplo: " O que é que tenho que fazer?", " Que passos tenho que tomar?" Elaborar boas perguntas e ter consciência do seu processo é denominado meta-cognição.
Muitas vezes essa pessoa está dependente não só por uma questão afetiva, emocional ou relacional,mas também, porque sua forma de pensar não está levando em conta a elaboração necessária para resolver o problema; o autoquestionamento que permite discriminar o que é necessário fazer.
Na proposta do PEI, o mediador organiza a relação psicopedagógicas através de um método clínico, de perguntas pontuais                    .
O aprendiz, através da convivência com o psicopedagogo, aprende a fazer perguntas pontuais e a melhorar a sua capacidade de pensar. 
A compreensão da psicopedagogia frente a aprendizagem e o papel do mediador.
A Psicopedagogia é uma prática. Podemos hoje fazer uma distinção entre uma prática dinâmica e outra voltada para a reeducação.
A Psicopedagogia reeducativa está mais voltada para a questão da remediação de deficiências observadas no diagnóstico                          .
A Psicopedagogia dinâmica está mais preocupada com as possíveis causas que levam a um determinado estilo de aprendizagem, procurando desenvolver a consciência do aprendiz em relação aos seus processos de aprendizagem. O objetivo no diagnóstico é revelar o potencial de aprendizagem. O psicopedagogo trabalha com um sujeito cognoscente, e este, por diferentes razões, poderá resistir à EAM                         .
Mesmo diante da resistência do aprendiz em mudar seus esquemas de ação, o mediador não deverá desistir, e sim colocar-se numa posição de acolhimento. Esta atitude contribui algumas vezes para a tomada de consciência de processos e de possibilidade de mudanças                         .
Em alguns casos é necessário buscar diferentes recursos de intervenção, com o objetivo de mudar a postura do aprendiz. Outras vezes se faz necessária a participação de outros profissionais. O trabalho com o P.E.I e com a EAM oferece ao aprendiz experiências e vivências nas quais ele tem condição de tomar alguma consciência de seu estilo de interpretar a realidade.
sentido de propor uma (re)avaliação contínua, com levantamento de hipóteses a respeito do processo de ensino aprendizagem e da relação entre o mediador e seu aprendiz. Tanto um quanto outro vivem uma situação de aprendizagem sob a ótica do questionamento e da reflexão. É possível que esta atitude mais questionadora gere  no início um desconforto, porque não admite a existência de uma resposta única para a compreensão das dificuldades no processo de aprendizagem.

A questão afetiva.
Feuerstein  enfatiza  a questão  afetiva e também cultural, voltada para os valores do grupo. Ele afirma que a cognição e a afetividade são duas faces de uma mesma moeda transparente. No processo mediacional está presente a necessidade de desencadear no aprendiz sua autonomia, seu sentimento de competência em relação à autoria. O mediador ocupa uma posição de acolhimento, na medida em que está disponível para atender às necessidades do aprendiz, modificando os estímulos, aceitando, tolerando, esperando, enfim, adaptando-se ao ritmo e às possibilidades dele                         .
Com respeito à questão dos valores do grupo, Feuerstein aponta para a necessidade de compartilhar os valores do grupo familiar ou mais amplo, como forma de construir a identidade individual e grupal. Atualmente, na sociedade globalizada, os valores individuais  nem sempre estão sendo valorizados. Aceitam-se com facilidade aqueles impostos pela mídia, o que
tem contribuído, algumas vezes, para a marginalização e inadaptação de pessoas e grupos                                .
Conta-se que numa ocasião, Feuerstein foi consultado para opinar a respeito da questão do  suicídio entre os índios Navajos americanos. Assim posicionou-se: "Para que vocês  sejam melhores americanos, primeiro precisam ser melhores indígenas, ou seja, precisam levar em conta sua própria cultura, seus próprios valores. 
 Atitude do  profissional que aplica o PEI, diante das respostas do mediado.
Muitas vezes a resposta do indivíduo  é  estereotipada, é uma resposta "colada no discurso do outro". O mediador acolhe num primeiro momento, buscando direcionar a mediação para uma resposta mais autêntica.
Às vezes uma boa pergunta ajuda a obter uma boa resposta. É necessário criar condições que permitam a esta pessoa construir sua identidade, não ficando presa, colada ao outro. Deve-se ajudá-la a sair da posição de dependência do outro. O alvo a se atingir é a mudança de estilo de aprendizagem e de visão de mundo. Isto não é uma tarefa fácil, pois às vezes uma pessoa levou anos para construir um estilo, que não a ajuda, e que também é a manifestação de sua estrutura psíquica                              .
Se fizermos uma analogia com o estilo de se vestir, uma pessoa precisa de muitos anos para dizer que não usará mais as marcas impostas pela moda; que tem seu próprio estilo                                     .
Para mudar o estilo cognitivo é preciso de experiência e de  maturidade. O mediador pode intervir neste processo. 

Os instrumentos do PEI.
Os instrumentos não têm um conteúdo acadêmico, são exercícios disparadores de uma conversa entre o mediador e os aprendizes para tentar ressignificar as questões pessoais e questões culturais daquele grupo que esta vivendo aquela experiência. Através dos exercícios o aprendiz começa a compreender o seu processo de aprendizagem, aprende também a identificá-lo e nomeá-lo através das funções cognitivas. Toda aula de PEI tem três momentos: realização  da tarefa, reflexão sobre o processo e construção de possíveis analogias  em torno da experiência vivenciada. Os materiais consistem em exercícios de papel e lápis divididos em instrumentos cada dos quais enfoques em uma função cognitiva particular. O conteúdo das folhas de trabalho agem como um veículo para desenvolver, corrigir, e ampliar as funções cognitivas.


O PEI é composto de 21 instrumentos, dividos em três categorias:PEI básico (voltado para crianças de 4 a 9 anos de idade, idosos ou pessoas com necessidades especiais. Possui uma série de 7 instrumentos).
 Marlene Euclides da Silva Teixeira