terça-feira, 12 de abril de 2011

Todas as tarefas que diariamente realizamos necessitam da atividade cerebral. Para ler e compreender esse texto, anotar um recado para um colega, reconhecer alguém e lembrar seu nome, calcular o orçamento doméstico, conversar com uma pessoa, saber que amarelo é uma cor e que carro é um meio de transporte, lembrar o caminho de casa, são apenas alguns de uma infinidade de funções que nosso cérebro faz no dia a dia. As principais funções cognitivas são: percepção, atenção, memória, linguagem e funções executivas. É a partir da relação entre todas estas funções que entendemos a grande maioria dos comportamentos, desde o mais simples até as situações de maior complexidade, e que exigem atividades cerebrais mais elaboradas.
ATENÇÃO - A atenção é uma função cognitiva bem complexa e diversos comportamentos resultam de um nível adequado de atenção para serem bem sucedidos, por exemplo: assistir um filme e compreendê-lo; manter o foco de conversação em um ambiente ruidoso. A atenção também é um pré-requisito fundamental para o processo de memorização. O conceito de atenção é definido pela seleção e manutenção de um foco, seja de um estímulo ou informação, entre as inúmeras que obtemos através de nossos sentidos, memórias armazenadas e outros processos cognitivos. Em outras palavras, dirigimos nossa atenção para o estímulo que julgamos ser importante num exato momento. Os outros estímulos que não os principais, passam a fazer parte do “fundo” não sendo mais os focos na atenção.
MEMÓRIA - A memória é uma das funções cognitivas mais utilizadas pelo ser humano em seu cotidiano. Memória é a capacidade de armazenar informações, lembrar delas e utilizá-las no presente. O bom funcionamento da memória depende inicialmente de do nível de atenção. Para que o bom armazenamento aconteça outras atividades cognitivas como a capacidade de percepção e associação é importante para que as informações possam ser armazenadas com sucesso. A memória pode ser classificada de forma simples, de acordo com a duração e os tipos de informação envolvidos:
memória de curto prazo: também conhecida como memória de trabalho, armazena (numa quantidade limitada) informações por alguns minutos. A memória de trabalho possibilita, por exemplo, uma pessoa discar um número de telefone que alguém acabou de lhe dizer ou repetir algumas frases de um texto lido naquele exato momento.
memória de longo prazo: ao contrário da anterior, a memória de longo prazo tem uma capacidade maior para o armazenamento de informações, que permanecem com o indivíduo durante longos períodos, podendo até ficar guardadas indefinidamente. Por exemplo, as lembranças de fatos ocorridos na infância, o aprendizado de conteúdos escolares, a fisionomia ou o nome de alguém que não se vê há tempos e etc.
LINGUAGEM - A linguagem é uma função que usamos todos os dias, durante a maior parte do tempo, seja através da linguagem oral (numa conversa) ou da escrita (ao ler ou escrever um texto). O conceito de linguagem é definido pelo uso de um meio organizado de combinar as palavras a fim de se comunicar, embora a comunicação não se constitua unicamente num processo verbal. As formas não-verbais, como gestos ou desenhos também são capazes de transmitir idéias e sentimentos. Tanto a fala quanto a escrita são processos em que o indivíduo seleciona as palavras que conhece e as organiza num determinado contexto, dentro das regras gramaticais de seu idioma. A linguagem é um processo que ocorre apenas se existir uma seqüência coerente de símbolos (sons ou palavras). Assim, para uma comunicação ser satisfatória, o indivíduo precisa compreender uma determinada informação para entender a seguinte, e daí por diante até o fim de um texto ou uma conversa.
PERCEPÇÃO - A percepção é uma função cognitiva que se constitui de processos pelos quais o sujeito é capaz de reconhecer, organizar e dar significado a um estímulo vindo do ambiente através dos órgãos sensoriais. Por exemplo, se um indivíduo tem seus olhos vendados e lhe são oferecidos alguns objetos para tatear, ele é capaz de reconhecer - através de informações armazenadas - a textura (áspero ou macio, duro ou mole), a forma (quadrado, redondo, grande, etc.) e depois nomear o objeto. O mesmo processo ocorre com os outros sentidos como o olfato (reconhecer que é “cheiro de fumaça"), a gustação (identificar se algo é doce ou salgado), a audição (saber que um som é do canto de pássaros), ou a visão (identificar um obstáculo ao dirigir um veículo e desviá-lo). As agnosias são os déficits na capacidade de percepção dos estímulos sensoriais, especialmente os relacionados à visão. Embora o sujeito não seja portador de qualquer tipo de deficiência sensorial, ele não é capaz de reconhecer e identificar o estímulo que lhe é oferecido, normalmente em conseqüência a lesões cerebrais adquiridas.
FUNÇÕES EXECUTIVAS
As funções executivas compreendem um conceito neuropsicológico que se aplica às atividades cognitivas responsáveis pelo planejamento e execução de tarefas. Elas incluem o raciocínio, a lógica, a estratégias, a tomada de decisões e a resolução de problemas. Todos esses processos cognitivos são produzidos diariamente, pois uma série de problemas - dos mais simples aos de maior complexidade - ocorrem na vida do ser humano. Assim, independente do grau de complexidade do problema, o sujeito precisa estar apto para analisar a situação (problema), lançar mão de estratégias, e antever as conseqüências de sua decisão. O cotidiano oferece diferentes desafios ou simplesmente situações imprevistas que exigem uma boa habilidade para um manejo adequado. Por exemplo, descobrir o melhor caminho para se chegar num determinado local, uma nova função no emprego, aumentar o orçamento doméstico, ou mesmo durante o desenvolvimento da criança, que a cada momento descobre uma nova possibilidade e vai em busca de uma nova habilidade.
As funções Cognitivas apresentam-se em três fases:
ENTRADA:
1- Percepção clara e precisa
2- Comportamento sistemático e planejado para a busca de dados.
3- Conceitos e instrumentos verbais receptivos.
4- Compreensão de conceitos espaciais.
5- Compreensão de conceitos de tempo.
6- Habilidades para conservar a constância de objetos e conceitos.
7- Precisão e exatidão em recolher dados.
8- Capacidade para considerar duas ou mais fontes de informação.

ELABORAÇÃO:
1- Capacidade de definir o problema.
2- Distinção de definir dados relevantes e irrelevantes.
3- Comportamento comparativo espontâneo.
4- Amplitude do campo mental.
5- Compreensão não episódica da realidade.
6- Comportamento somativo.
7- Estabelecimento das relações virtuais.
8- Uso do raciocínio lógico.
9- Interiorização.

10- Planejamento do comportamento.
11- Pensamento hipotético inferencial.
12- Estratégias para testar hipóteses.
13- Elaboração de categorias cognitivas.


SAÍDA:
1-Comunicação centralizada.
2-Projeção de relações virtuais.
3-Ausência de bloqueio na comunicação da resposta.
4-Respostas certas e justificadas.
5-Domínio do vocabulário para comunicar a resposta.
6-Precisão e exatidão para comunicar a resposta.
7-Transporte visual adequado.
8-Comportamento controlado para comunicar a resposta.